Aspirado de Medula Óssea

O que é medula óssea?

Medicina regenerativa é o processo de criação de tecidos vivos e funcionais para reparar ou substituir tecidos e órgãos danificados ou sem função pela idade, doenças, danos ou defeitos congênitos. Esse campo segura a promessa de regenerar tecidos e órgãos no corpo danificados no corpo pelo estímulo de órgãos previamente irreparáveis para que curem a eles mesmos. 

NIH

A medicina regenerativa substitui ou regenera células humanas, tecidos e órgãos para eu restabeleçam a sua função normal. 

Chris Mason

A medicina regenerativa é um campo emergente que busca combinar o conhecimento e a experiência de diversas disciplinas com o objetivo de curar a função prejudicada no corpo. Seu objetivo não é apenas substituir o que está com defeito, mas fornecer os elementos necessários para o reparo in vivo, criar substituições que interajam perfeitamente com o corpo vivo e estimular as capacidades intrínsecas de regeneração do corpo. 

Heather Greenwood 

Os produtos ortobiológicos são os mais pesquisados atualmente dentro da medicina regenerativa.

Células-tronco são células que possuem três características básicas:

  • Autorenovação (finita in vivo) 
  • Capacidade que tem uma célula de se dividir e produzir cópias de si mesma por um período indefinido de tempo. 
  • Divisão assimétrica
  • Evento em que uma célula-mãe dá origem a duas células filhas distintas entre si. 
  • Transformação
  • Capacidade de se transformar em outros tipos de células maduras

 

As células tronco são uma das bases da medicina regenerativa. 

Células-tronco são as células com capacidade de dividir-se e diferenciar-se em distintos tipos celulares. São, portanto, células indiferenciadas.

As células-tronco multipotentes são células-tronco que podem diferenciar-se em apenas alguns tipos celulares. Esse tipo de célula é encontrado mais facilmente no nosso corpo e é responsável pela renovação de certos órgãos. Como principal exemplo, podemos citar as células da medula óssea.

Estas células multipotentes são de grande interesse devido ao seu potencial regenerativo. Na medula óssea encontramos dois tipos de células-tronco multipotentes: células estromais, também chamadas de mesenquimais (MSCs), e as células tronco hematopoiéticas (HSCs). 

As células progenitoras, assim como as células tronco, são células que possuem a capacidade de se diferenciar em um tipo especializado de célula. Em contraste com as células-tronco, no entanto, as células progenitoras são mais diferenciadas, sendo estimuladas a se diferenciar em suas “células alvo”.

As células-tronco, pelo seu potencial de se diferenciar em outros tipos de células, tem sido muito estudadas em terapias dentro da medicina regenerativa, que visam reparar tecidos lesionados ou que perderam sua função.

Células-tronco são células que possuem três características básicas:

  • Autorenovação (finita in vivo) 
  • Capacidade que tem uma célula de se dividir e produzir cópias de si mesma por um período indefinido de tempo. 
  • Divisão assimétrica
  • Evento em que uma célula-mãe dá origem a duas células filhas distintas entre si. 
  • Transformação
  • Capacidade de se transformar em outros tipos de células maduras

 

As células tronco são uma das bases da medicina regenerativa. 

Células-tronco são as células com capacidade de dividir-se e diferenciar-se em distintos tipos celulares. São, portanto, células indiferenciadas.

As células-tronco multipotentes são células-tronco que podem diferenciar-se em apenas alguns tipos celulares. Esse tipo de célula é encontrado mais facilmente no nosso corpo e é responsável pela renovação de certos órgãos. Como principal exemplo, podemos citar as células da medula óssea.

Estas células multipotentes são de grande interesse devido ao seu potencial regenerativo. Na medula óssea encontramos dois tipos de células-tronco multipotentes: células estromais, também chamadas de mesenquimais (MSCs), e as células tronco hematopoiéticas (HSCs). 

As células progenitoras, assim como as células tronco, são células que possuem a capacidade de se diferenciar em um tipo especializado de célula. Em contraste com as células-tronco, no entanto, as células progenitoras são mais diferenciadas, sendo estimuladas a se diferenciar em suas “células alvo”.

As células-tronco, pelo seu potencial de se diferenciar em outros tipos de células, tem sido muito estudadas em terapias dentro da medicina regenerativa, que visam reparar tecidos lesionados ou que perderam sua função.

Os ortobiológicos são produtos de aplicação clínica de materiais derivados biologicamente (sangue, medula óssea, gordura) com o objetivo de promover o reparo ou regeneração tecidual em doenças musculoesqueléticas. 

Embora o conceito dos ortobiológicos seja antigo, a maior parte dos avanços nesse campo foram realizados nas últimas duas décadas. Um grande número de estudos laboratoriais promissores mostra que esses produtos apresentam um grande potencial para revolucionar o próximo capítulo da ortopedia.

O procedimento de coleta do aspirado de medula óssea é muito realizado pelo campo da hematologia, na realização de um exame chamado melodrama. Este exame é utilizado para análise de células da medula óssea durante a investigação clínica de doenças que alterem as células sanguíneas. A realização do melodrama é, geralmente, realizada em consultório, no leito do paciente e menos comumente no centro cirúrgico.

O mesmo procedimento tem sido utilizado nos últimos anos pela medicina regenerativa, com o objetivo captação de células da medula óssea com grande potencial regenerativo para aplicação em locais de dor ou lesões.

O procedimento é realizado com o paciente em decúbito ventral (com a barriga na maca) ou decúbito lateral (deitado de lado).

O procedimento inicia com a limpeza do local de coleta do aspirado de medula óssea, processo denominado anti-sepsia.

Uma anestesia é realizada na pele, tecidos moles e periósteo (porção mais externa do osso) da região da crista ilíaca póstero-superior, porção superficial e posterior do osso da bacia. Este local é escolhido pois é um sítio com alta concentração de células progenitoras. Após a anestesia o médico deve aguardar alguns minutos para minimizar a dor do paciente durante a coleta.

Em seguida, uma agulha de coleta de medula óssea deve ser introduzida na mesma região da crista ilíaca póstero-superior, até chegar a medula óssea, porção porosa e vascularizado que se encontra no interior dos ossos. A medula óssea deve então ser aspirada de forma lenta e gradual, para mais uma vez minimizar a dor do paciente durante a coleta.

O material retirado pode ser centrifugado antes da infiltração, processo que concentra a maior parte das células da medula óssea e cria um ortobiológico denominado aspirado de medula óssea concentrado (BMAC, do inglês Bone Marrow Aspirate Concentrate). A aplicação da medula óssea não manipulada também tem sido estudada pela medicina regenerativa nos últimos anos, um produto chamado aspirado de medula óssea (BMA, do inglês Boné Marrow Aspirate).

Após o preparo do produto biológico, o mesmo será passado para seringas e poderá então ser aplicado no local de lesão ou dor do paciente. Medicações ou matrizes (como o ácido hialurônico) podem ser misturados aos produtos biológicos, a depender da indicação do médico.

A partir deste ponto a aplicação se torna semelhante a qualquer outro procedimento de infiltração.

A medula óssea pode ser aplicada através de uma infiltração as cegas ou guiada por ultrassom. Os benefícios dos procedimentos guiados estão descritos na área Infiltração Guiada por Ultrassonografia.

O procedimento de infiltração deve iniciar com a limpeza do local que receberá o produto, chamada de antissepsia.

É realizada então uma anestesia de pele e tecidos superficiais, com uma agulha bem fina.

Uma agulha é então introduzida e deve chegar ao interior da articulação ou no local da lesão, sendo o uso do ultrassom essencial para a confirmação do posicionamento da ponta da agulha.

Na sequência, a solução do aspirado de medula óssea é injetada através da agulha e deve se espalhar pela articulação ou na região da lesão.

O procedimento completo tem uma duração de aproximadamente 1 hora.

É comum que este procedimento seja realizado em centro cirúrgico por ortopedistas e médicos que atuam na área de dor, para se minimizar os riscos de infecção ou complicações.

A medula óssea pode ser utilizada como ortobiológico de duas maneiras: como aspirado de medula óssea – Bone Marrow Aspirate (BMA) ou como o aspirado concentrado de medula óssea – Bone Marrow Aspirate Concentrate (BMAC). 

Na técnica de BMA, a medula não sofre nenhum tipo de manipulação laboratorial, o que apresenta como vantagens a utilização de uma técnica mais rápida e mais barata, uma vez que dispensa infraestrutura especifica para manipulação. O BMA permite que a coleta e a aplicação sejam feitas em um único procedimento, sem a necessidade de uma etapa laboratorial, reduzindo assim custos e viés de processamento. 

Já o BMAC é minimamente manipulado em laboratório com o objetivo de separar populações celulares de maior interesse, concentrando estas células para posterior aplicação no paciente. Esta manipulação concentra em mais de 10x as HSCs (células-tronco hematopoiéticas), células totais nucleadas e plaquetas.

A medula óssea é composta por diversos tipos de células, incluindo células-tronco multipotentes. As principais células-tronco encontradas na medula óssea são: HSCs (células-tronco hematopoiéticas) e MSCs (células-tronco mesenquimais).

Como função primordial, as HSCs estão envolvidas no processo de hematopoese, porém alguns estudos tem evidenciado seu papel na regeneração tecidual, com atenção especial ao processo de osteogênese (formação de tecido ósseo). As HSCs podem apresentar mecanismos para diferenciação hematopoiética e osteoblástica, podendo guiar a regeneração tecidual. Isto ocorre por meio de aumento da secreção de citocinas, o que ocasiona um estimulo migratório as HSCs e MSCs, liberação de proteínas BMP (proteina morfogenética óssea – bone morphogenetic protein) 2 e 6, aumento da produção de VEGF (de vascular endothelial growth factor) para angiogênese (aumento dos vasos locais) e, por fim, a diferenciação direta em osteoblastos.

Já as MSCs apresentam como papel primário a produção de fatores essenciais para a sobrevivência, renovação e maturação das HSCs.

As células-tronco presentes na medula óssea fazem deste produto biológico um dos mais pesquisados atualmente na área de medicina regenerativa.

Estudos evidenciaram que a medula óssea possui uma quantidade semelhante de fatores de crescimento quando comparada ao plasma rico em plaquetas, porém apresentando maior quantidade de células-tronco.

O aspirado de medula óssea, por suas propriedades biológicas, proporciona efeitos anti-inflamatórios, analgésicos e regenerativos, sendo utilizado em diversas áreas da medicina.

O aspirado de medula óssea pode ser usado para tratar uma série de quadros ortopédicos, como:

  • Condropatias/condromalácia
  • Osteoartrites/artroses
  • Tendinopatias/tendinites
  • Lesões ligamentares
  • Lesões musculares
  • Fraturas não consolidadas (pseudoartroses)
  • Bursites
  • Lesões meniscais
  • Fascites

 

A diferença entre um tratamento com aspirado de medula óssea e os tratamentos com medicações anti-inflamatórias é que a medula óssea vai, além de tratar a dor e inflamação, estimular a regeneração tecidual.

Com isso, o paciente pode ter uma melhor qualidade de vida e postergar a necessidade de cirurgias e outros tratamentos mais invasivos.

O aspirado de medula óssea pode, em teoria, ser realizado em qualquer local do corpo onde haja uma artropatia (lesão da articulação), uma condropatia (lesão da cartilagem), tendinopatia (lesão do tendão), lesão ligamentar ou lesão muscular, devendo ser um procedimento indicado pelo médico.

Os locais mais comuns para a aplicação do plasma rico em plaquetas são:

  • Coluna
  • Joelhos
  • Ombros
  • Cotovelo
  • Punhos e mãos
  • Quadril
  • Tornozelos e pés

A infiltração do aspirado de medula óssea é um procedimento com baixos índices de complicação.

Os riscos do procedimento de infiltração são os mesmos de qualquer tipo de injeção: persistência de algum grau de dor após o procedimento, sangramentos e hematomas, edema no local da infiltração após o procedimento, lesão de estruturas adjacentes e infecção. O uso do ultrassom reduz em muito esses riscos por permitir a visualização direta da agulha e do trajeto que ela realizará durante seu percurso até o local desejado.

O aspirado de medula óssea, por utilizar células do próprio corpo do paciente, é um produto com baixa incidência de efeitos adversos.

A coleta do aspirado de medula óssea também é um procedimento de baixo risco, sendo feito há muitos anos para a realização do melodrama (exame que avalia as células da medula óssea) e também em procedimentos de transplante de medula óssea.

Os principais riscos e efeitos colaterais relatados na literatura após a coleta da medula óssea são: dor discreta e de fácil alívio, ocasionalmente dor de maior intensidade; excepcionalmente, poderá ocorrer sangramento local/ou hematoma; infecções.

Alguns cuidados devem ser tomados após a coleta e infiltração do aspirado de medula óssea, como:

  • Realização de curativo oclusivo/compressivo no local (permanecer durante 24 horas);
  • Uso de medicação para dor pós-procedimento;
  • Compressa fria local de coleta (para diminuir o edema);
  • Orientar o paciente a tomar líquido (para repor o volume sanguíneo);
  • Se o paciente apresentar sangramento intenso ou sinais de infecção a equipe médica deve ser comunicada imediatamente.

 

Após o procedimento o paciente pode queixar de dor leve ou inchaço nos locais de coleta e aplicação, sintomas que geralmente desaparecem dentro dos primeiros dias após o procedimento.

Geralmente se recomenda repouso relativo quando o paciente persiste com dor, ou seja, o paciente deve evitar grandes esforços mas pode manter suas atividades habituais do dia a dia.

O aspirado de medula óssea gera um processo inflamatório e regenerativo após o procedimento, mas este produto biológico é associado com pouca dor no local de infiltração na maior parte dos pacientes.

O uso de analgésicos simples ou a realização de compressas geladas por 20 minutos nos primeiros dias podem ser úteis para se minimizar os efeitos colaterais.

Manter o local de aplicação limpo e seco nas primeiras horas também ajuda a minimizar os riscos de infecção local.

No Brasil o uso é permitido pelo Conselho Federal de Medicina como terapia experimental mas, devido a grande quantidade de trabalhos científicos de boa qualidade mostrando alto nível de evidência, este conceito deverá ser revisto em breve. Por enquanto é permitido uma vez que o serviço tenha projeto de pesquisa neste sentido autorizado por CEP (Comissão de Ética em Pesquisa) e/ou CONEP(Comissão Nacional de Ética em Pesquisa).

A técnica do aspirado de medula óssea tem sido amplamente abordada em diversos congressos no Brasil e no exterior, com mais de 1 mil referências em estudos publicados no PUBMED.

Para mais informações ou para agendar seu procedimento de infiltração, entre em contato.