Infiltração Guiada por Ultrassonografia

O que é ultrassonografia?

Ultrassonografia (ultrassom ou ecografia) é um método de diagnóstico por imagens que utiliza ondas ultrassônicas de alta frequência para a visualização, em tempo real, de estruturas internas do corpo.

A ultrassonografia é amplamente utilizada em áreas da medicina como obstetrícia, ginecologia e mesmo medicina interna. Quem nunca realizou um exame de ultrassom para ver o bebê ou para avaliar órgãos abdominais?

Nos últimos anos, com o avanço tecnológico dos aparelhos de ultrassom, este exame ganhou um grande espaço na avaliação de lesões ortopédicas, apresentando alguns benefícios claros em relação a outros médicos:

  • É um exame acessível e de fácil acesso, disponível em muitas clínicas e centros médicos;
  • É um exame de rápida execução;
  • É um exame que realiza uma avaliação em tempo real, permitindo que o médico executante avalie estruturas durante a realização de manobras dinâmicas ou de estresse;
  • Permite uma maior interação entre o paciente e o médico;
  • Método que não utiliza radiação.

 

Hoje existem aparelhos de ultrassom tão pequenos quanto celulares, que podem ser inclusive utilizados com tablets, permitindo o acesso ao exame em locais remotos ou a beira do campo de futebol, dando mais agilidade no diagnóstico.

Atualmente o ultrassom tem sido utilizado não apenas para diagnósticos ortopédicos, mas também para guiar procedimentos de infiltração para tratamento de lesões ortopédicas, já que permite a visualização da lesão e da agulha em tempo real, dando mais precisão a aplicação de medicações ou outras terapias (viscossuplementação, proloterapia, plasma rico em plaquetas, células-tronco).

Infiltração é um termo comumente utilizado na ortopedia para designar uma injeção de medicação ou outros produtos em determinado tecido que possua uma lesão.

As infiltrações podem ser realizadas em qualquer tecido, sendo os principais focos da ortopedia os tecidos descritos abaixo:

  • Articulações: ombros, joelhos, quadris, e outras;
  • Tendões;
  • Ligamentos;
  • Músculos.

 

Geralmente as infiltrações utilizam medicações como anestésicos, analgésicos ou anti-inflamatórios para tratamentos de dor ou lesões. Atualmente outros produtos tem sido desenvolvidos pela medicina regenerativo para também serem infiltrados em tecidos lesionados, como a viscossuplementação com ácido hialurônico, a proloterapia, o plasma rico em plaquetas e as células-tronco.

As infiltrações tem dito realizadas na ortopedia há muito tempo, ganhando maior espaço nos tratamentos recentemente, pelo avanço da área farmacológica, que deu mais opções de medicamentos e tratamentos ao médico que trabalha com dor.

As infiltrações geralmente são realizadas sob anestesia local, para minimizar a dor do paciente, e utilizam material 100% estéril para minimizar os riscos de infecção. Dentre os materiais utilizados estão seringas, agulhas, gazes e medicamentos, bem como produtos para antissepsia da pele.

A infiltração classicamente era feita as cegas, com o médico realizando a identificação e palpação de pontos anatômicos e introduzindo a agulha utilizando-se exclusivamente estas referências. Para algumas articulações, como os joelhos, esta abordagem era segura e eficaz. No entanto, para articulações como quadril e ombros, o índice de acertos era baixo com a infiltração as cegas, e por isso a infiltração guiada por ultrassom ganhou espaço nos últimos anos.

Para algumas articulações, mesmo que realizadas por médicos experientes, as taxas de acerto nas infiltrações as cegas chegam apenas a 20-40%, ou seja, a cada 10 infiltrações realizadas para aquela articulação, apenas 2-4 foram feitas no local correto! Com o uso da ultrassonografia esse número chega próximo a 100%.

A infiltração guiada por ultrassom é uma alternativa a infiltração as cegas. Na infiltração guiada o ultrassom é utilizado para se identificar o interior de uma articulação, um tendão, ligamento ou músculo, e também para guiar a agulha até estas regiões, garantindo ao médico que a medicação ou produto está sendo injetado no local correto.

A infiltração guiada por ultrassom tem ganhado espaço pois torna o procedimento mais seguro e eficaz para o médico e para o paciente, quando comparada com a infiltração as cegas.

As infiltrações são utilizadas para tratamento de lesões degenerativas, doenças inflamatórias e lesões esportivas, estando as principais indicações descritas abaixo:

  • Osteoartrite/artrose;
  • Condropatias/condromalácea;
  • Tendinopatia/tendinites;
  • Bursopatias/bursites;
  • Lesões ligamentares;
  • Lesões inflamatórias (artrite reumatóide, espondilite anquilosaste);
  • Lesões musculares.

 

As aplicações das infiltrações são muitas, sendo essa uma das principais terapias minimamente invasivas utilizadas na ortopedia e no tratamento de dores crônicas atualmente.

As infiltrações são uma opção de tratamento mais avançada que a reabilitação isolada, e menos invasiva que as cirurgias.

Todas as regiões descritas abaixo, a depender da patologia, podem ser abordadas por procedimentos de infiltração guiados por ultrassom:

  • Coluna lombar
  • Coluna cervical
  • Ombros
  • Cotovelos
  • Punhos
  • Mãos
  • Quadris
  • Joelhos
  • Tornozelos
  • Pés

As medicações e produtos utilizados em uma infiltração guiada por ultrassom são variados e indicados pelo seu médico assistente, sendo os principais utilizados:

  • Anestésicos
  • Corticóides
  • Ácido hialurônico (viscossuplementação)
  • Proloterapia
  • Plasma rico em plaquetas
  • Células-tronco

 

A ultrassonografia pode ser ainda utilizada para a realização de outras terapias, como a radiofrequência ou os bloqueios anestésicos.

É comum que o médico realize um botão anestésico na pele e tecidos superficiais antes de realizar o procedimento de infiltração, o que diminui a dor do procedimento de infiltração. Mesmo assim o paciente ainda sentirá a dor leve da picada e injeção do anestésico.

Geralmente é um paciente muito bem tolerado pelos pacientes. Nos pacientes com hiperalgesia ou maior sensibilidade a dor, o procedimento pode ser realizado em centro cirúrgico sob sedação.

A utilização da ultrassonografia para guiar o procedimento de infiltração aumenta muito a acurácia da infiltração, permitindo a visualização tanto da lesão quanto da agulha em tempo real. Essa visualização garante ao médico que a medicação foi aplicada no local correto do corpo, garantindo também que no procedimento outras estruturas não foram lesionadas pela passagem da agulha, que é vista durante todo o seu trajeto.

Mesmo nas mãos de médicos experientes, a taxa de sucesso de algumas infiltrações articulares as cegas não ultrapassa 20-40%, o que indica que em 60-80% dos casos a medicação foi aplicada no local errado. Com a ultrassonografia essa taxa de sucesso se aproxima de 100%.

As infiltrações guiadas por ultrassom também tem se mostrados menos dolorosas aos pacientes e com resultados superiores em relação a melhora da dor após o procedimento quando comparada com as infiltrações as cegas.

Algumas das outras vantagens do ultrassom são:

  • Altos índices de acurácia, comparáveis a outros métodos;
  • Aparelhos de ultrassom são disponíveis em grande parte dos consultórios de médicos que trabalham com dor, e também em grande parte dos centros cirúrgicos;
  • A ultrassonografia é um exame dinâmico em tempo real, permitindo a realização de manobras com o paciente para melhor visualização de estruturas anatômicas ou da lesão;
  • O ultrassom permite uma excelente visualização de tecidos moles, com grande facilidade na identificação de tendões, ligamentos, músculos e nervos, e também identificação de lesão; o raio-x não permite a identificação e tecidos moles;
  • O ultrassom não emite radiação, diferente de outros métodos como o raio-x, fluoroscopia (raio-x em tempo real) e tomografia computadorizada.

A infiltração guiada por ultrassom na verdade reduz os riscos de um procedimento de infiltração, tendo em vista que aumenta a acurácia do procedimento e permite o acompanhamento da agulha em tempo real para que não haja lesão de outras estruturas.

Estudos tem mostrado que os índices de complicação de infiltrações guiadas por ultrassom são baixíssimos.

Assim sendo, os riscos do procedimento são os mesmos de qualquer tipo de injeção: persistência de algum grau de dor após o procedimento, sangramentos e hematomas, edema no local da infiltração após o procedimento, lesão de estruturas adjacentes e infecção. O uso do ultrassom reduz em muito esses riscos por permitir a visualização direta da agulha e do trajeto que ela realizará durante seu percurso até o local desejado.

As complicações fatais  com tromboembolismo, choque anafilático e outras, são raras.

Os procedimentos de infiltração geralmente não requerem nenhum tipo de preparo especial.

Quando realizados em consultório, sem sedação ou anestesia, o paciente realizará o procedimento na sequência será liberado para casa após breve período de observação. Não há necessidade de jejum ou de qualquer preparo para o procedimento.

Quando realizado em centro cirúrgico, no caso de procedimentos de coluna ou procedimentos associados a outras técnicas, o paciente será internado e permanecerá no hospital por um tempo variável de horas após o procedimento, a depender do que foi realizado. Nesses casos geralmente o jejum mínimo de 8 horas é sugerido, já que o paciente irá se submeter a sedação ou anestesia.

Em algumas infiltrações de tecidos profundos, a suspensão de medicações anticoagulantes pode ser sugerida pelo médico.

Geralmente o paciente que se submete a um procedimento de infiltração irá assinar um termo de consentimento, afirmando que foi informado pelo médico sobre o procedimento a ser realizado, seus riscos e prognóstico.

Após  a realização do procedimento, o paciente precisa evitar fazer esforço físico e limitar atividades durante o período determinado pelo médico.

Também é necessário manter o local da infiltração limpo e seco nas primeiras horas após o procedimento. Geralmente não são necessários cuidados avançados com curativos após a infiltração, podendo o paciente retirar o curativo ainda no dia da infiltração e substituí-lo por outro seco. A região geralmente é higienizada de forma normal durante o banho do paciente, com água e sabão.

Lembre-se que uma anestesia foi utilizada no procedimento, podendo a área abordada ficar anestesiada por 1 a 6 horas após o mesmo.

O uso de analgésicos indicados pelo médico podem ser realizados, para minimizar a dor após o procedimento.

A presença de um acompanhante é interessante, para ajudar o paciente no retorno para casa ou para observar quaisquer complicações.

Para mais informações ou para agendar seu procedimento de infiltração, entre em contato.