Conheça a minha história

Médico. Cristão. Manauara.

Filho da Inês. Marido da Rúbia. Pai do Gael. Neto da Eunice. Irmão do Amaro, João Paulo e Luca.

Minha carreira na medicina iniciou quando me formei na Universidade Estadual do Amazonas (UEA), em 2012.

Como grande parte da população do Amazonas é carente, inclusive de saúde, a minha faculdade durante os 6 anos do curso de medicina teve o objetivo de formar médicos generalistas, capazes de atender e ajudar o maior número de pessoas. Essa visão fez muito sentido para mim desde cedo na profissão.

No último ano de faculdade, comecei a fazer viagens missionárias de barco pelo Amazonas (uma das coisas que mais amo fazer), ajudando e atendendo populações  ribeirinhas com o auxílio de outros médicos que também participavam das viagens.

Ao me formar, tinha a convicção que não queria entrar na residência logo de imediato.

Eu queria viver a medicina, ganhar experiência e entender mais sobre o corpo humano antes de me especializar em alguma área.

Me alistei no exército e ao me apresentar, solicitei que fosse enviado a uma unidade que atendesse a população. Não queria ficar em quartel apenas atendendo os soldados doentes, queria que minha experiência médica fosse mais rica.

Assim cheguei em em São Gabriel da Cachoeira, um município com aproximadamente 45.000 habitantes e com uma população composta em 95% por indígenas (de 23 etnias diferentes). É a “cabeça do cachorro” no alto do mapa do Brasil.

Além de aprender a fazer partos, atender crianças, adultos e idosos, fazer cirurgias, atender traumas de ferimentos por armas de fogo e por flecha, aprendi também sobre as necessidades do nosso país e sobre a diferença que bons profissionais podem fazer em suas áreas.

Ao retornar para Manaus, estava pronto para me tornar cirurgião. Na minha mente o cirurgião era o melhor médico que existe. Poderia resolver problemas clínicos e cirúrgicos. Ajudaria todos os pacientes. Passei em duas residências e … foi um desastre.

Não gostei da rotina, não gostei do trabalho, não gostei do que estava fazendo.

Fiquei perdido. Não sabia mais que especialidade seguir.

Comecei a trabalhar com urgência e emergência e gostava bastante, tanto que fiz por muitos anos. Coordenei prontos-socorros e atendia diversas patologias e casos.

Um dia um amigo me falou: “Gabriel, por que você não faz um curso de ultrassom? Acho que você vai gostar!”.

Nunca tinha pensado em mim, alguém que gosta tanto de atender os pacientes, fazendo radiologia. Mas decidi dar uma chance.

Quando se estuda ultrassom, estudamos todas as doenças de órgão, pois precisamos entender a anatomia, fisiopatologia, sintomas e tratamentos das mais diversas doenças, para fazermos o melhor laudo e podermos conversar com os especialistas de cada área.

Agora imagine fazer exames de abdome, pélvico, transfontanela, músculo, vascular, obstetrícia, dermatologia, e outros… fiz a residência em ultrassom e ela foi uma grande revisão da medicina!

Para quem quer aprender muito sobre um ser humano, este foi um grande passo. E terminei minha especialização com honras, ótimas notas, e já com título de especialista em ultrassonografia geral pelo Colégio Brasileiro de Radiologia e pela Sociedade Brasileira de Ultrassonografia.

Mas o ultrassom me tirou uma coisa importante: parei de atender os pacientes.

Passei a ser alguém que trabalhava apenas fazendo exames e dando diagnósticos. E isso começou a me frustar…

Durante a residência na área de ultrassonografia, uma das áreas que mais me identifiquei foi a ultrassonografia musculoesqueléticas. Fazer exames de ultrassom para ver lesões, diagnosticar causa de dor e para fazer procedimentos de infiltração guiados, essa área me parecia muito útil para os pacientes.

Fiz uma especialização em ultrassonografia musculoesqueléticas e infiltração e tirei meu título de especialista em ultrassonografia musculoesqueléticas pela Sociedade Brasileira de Ultrassonografia.

Incrível. Estava pronto para voltar a atender pacientes, agora com foco em dor.

Tratar dor é um grande desafio, e vindo da área da radiologia, estava agora tentando tratar dor do corpo inteiro. Mais uma vez conseguiria ajudar muitos pacientes.

Realizei uma especialização em uma área muito moderna para tratamento de dor: a medicina regenerativa. Que área incrível!

Pensar em utilizar células tronco do próprio paciente para tratar as suas lesões, uau, coisa do futuro! Isso só me deixou mais apaixonado por esta área, e logo fiz uma pós-graduação em termografia médica (exame que ajuda o médico a “ver a dor” através do calor do corpo).

Me tornei especialista em medicina regenerativa pela Academia Americana de Medicina Regenerativa (não temos esse título no Brasil, ainda!) e especialista em termografia pela Associação Brasileira de Termografia e Termologia Médicas (Abraterm).

Nesse momento já estou no auge da carreira. Títulos de especialista. Atendendo bem meus pacientes.

Durante o tratamento dos pacientes com dor, observei que por vezes pacientes com a mesma lesão descrita nos exames de imagem tinham sintomas clínicos bem diferentes. Era a mesma ruptura, a mesma artrose, mas um paciente estava morrendo de dor, e outro não sentia dor alguma. Isso me deixou intrigado.

Também comecei a observar que alguns pacientes respondiam mais rapidamente aos tratamentos, e outros de forma mais lenta. Existe algo a mais nesses pacientes que influencia no tratamento?

Sim! Existe! A saúde. Descobri então que pacientes com sono ruim, com dieta inadequada, que não realizam atividade física, inflamados, mal nutridos, com queda de hormônios, com polimorfismos genéticos, estressados… tinham dores piores e mais difíceis de serem tratadas! Que grande descoberta! O óbvio! Mas agora preciso entender um pouco mais sobre esse mundo, que hoje chamo de medicina integrativa.

Pós graduações em nutrologia e em medicina ortomolecular, cursos de medicina funcional integrativa, longevidade, hormônios, emagrecimento… e hoje sigo aqui, um eterno aprendiz dessa ciência chamada medicina.

Hoje dou aulas em todas essas áreas: ultrassom, medicina regenerativa, infiltrações, medicina interativa. E sei que isso ainda é apenas o começo!

A maior parte das pessoas passa a vida tentando se especializar em uma determinada área, e isso é incrível porque estas pessoas poderão realizar coisas que a maioria das pessoas não vai ser capaz de fazer. Os especialistas são necessários.

Eu segui um caminho diferente. Um caminho em que tento conseguir a maior parte de conhecimento sobre as mais diversas áreas possíveis dentro da medicina, para que estes conhecimentos se interconectem e com isso eu me torne um médico mais completo e possa ajudar o maior número de pessoas possíveis.

Não digo que o que fiz é certo ou errado. Mas é algo que para mim faz sentido desde os meus tempos de faculdade.

Tenho uma tatuagem nas costas com o lema da guarda costeira americana: "para que outros possam viver".

Sigo vivendo esse princípio desde então e será um prazer usar esse conhecimento e essa forma de pensar para atender a todos vocês e aos seus amigos e familiares.

Gratidão,
Gabriel Azevedo.